sexta-feira, 11 de outubro de 2013

RESENHA | Juliette Society (Sasha Grey)


Título no Brasil: Juliette Society (2013)
Título Original: The Juliette Society (2013)
Autor: Sasha Grey
Tradutora: Bruna Axt Portella
Edição: 
Editora: Leya 
Número de Páginas: 236
ISBN: 9788580448078


SINOPSESe eu te contasse que existe um clube secreto, cujos membros pertencem à classe mais poderosa da sociedade – banqueiros, milionários, magnatas da mídia, CEO’s, advogados, autoridades, traficantes de armas, militares condecorados, políticos, oficiais do governo e até mesmo o alto clero da Igreja Católica –, você acreditaria? Este clube se reúne sem regularidade, em um local secreto. Às vezes em locais distantes e às vezes escondidos. Mas jamais duas vezes no mesmo lugar. Normalmente, nem mesmo duas vezes no mesmo fuso horário. E esses encontros, essas pessoas... não vamos enrolar, vamos chamá-las do que são, os Mestres do Universo. Ou o Braço Executivo do Sistema Solar. Então, essas pessoas, os Executivos, usam os encontros como uma válvula de escape do cansativo e estressante negócio de estragar ainda mais o mundo e criar novas maneiras sádicas e diabólicas de torturar, escravizar e empobrecer a população. E o que eles fazem em seu tempo livre, quando querem relaxar? Deveria ser óbvio. Eles fazem sexo.

MINHA LEITURA DO LIVROEu nunca havia lido um livro do gênero de Juliette Society. Todo o burburinho em volta desse lançamento e principalmente a respeito da autora, que teve uma carreira em campo bem diferente da utópica escrita, me convenceu de que poderia ser interessante. Você pode acreditar que o livro é apenas sobre sexo e é aí que está o equívoco. Juliette Society se estrutura em 3 pilares que movem o homem moderno: sexo, desejo e poder. Sem hipocrisias, sem ficar choramingando sobre a bondade e a ingenuidade das pessoas, sobre religiões e boas maneiras, o mundo gira ao redor dessas 3 peças e seus derivados.
Escrevendo às vezes numa estrutura de frases soltas, em diálogos que algumas vezes eram um pouco confusos, se prolongando em situações desnecessárias para explicar outras coisas e trabalhando longamente num enredo secundário à Juliette Society em si, Sasha Grey tornou-se explícita para quem fizesse a leitura. A linguagem é crua e o sexo é diversificado, divertido e muitas vezes insano afinal, você não pensa que seu armário do quarto pode servir como um palco para sexo selvagem!
O relacionamento da personagem Catherine com o namorado Jack é como milhares de outros que vemos por aí. É comum, ordinário e por isso você vai conseguir se identificar com algumas das cenas. Ela quer atenção, ele precisa trabalhar em alguma coisa hiper importante...Na verdade, chega a ser clichê, mas é vida real. E o livro está cheio disso: coisas que você pode sair e encontrar realmente no dia-a-dia de um casal. Exceto pelas festas com dress code e sexo liberado. A ficção do livro gira em torno disso. 
As referências literárias e hollywoodianas existem e você pode encontrar se pesquisar no Google. Aqueles clubes, aquelas festas...vão ficar por conta da sua imaginação e da descrição detalhada de Grey. Os detalhes são trabalhados com gosto: cenários, personagens, roupas e atos...muitos atos descritos com luz, som e dimensão, para que você possa sentir a excitação de tudo, como Catherine sentia. É uma conversa íntima aberta e sem restrições. 
A personagem é imersa numa realidade de prazeres sexuais, quando sua vida sexual se torna tediosa, seu relacionamento parece estar em stand by e as fantasias não são mais suficientes. Anna, a amiga que lhe apresenta toda esse novo mundo, que inclui uma versão particular do que seria um clube de sexo, assim como mostrou Kubrick em “De Olhos Bem Fechados”, é a representação da libertinagem: sem culpa, sem presilhas, sem preocupações.
Muito se fala de sexo, desejo, poder e no entanto eu fiquei decepcionada no que tange ao club secreto. Esperava mais cenas, mais ação e...Bem, eu esperava que se falasse mais do club em si, algo que não acontece. Li por aí que esse é o primeiro livro de uma série que ela tem a intenção de escrever, então você pode visualizar esse como sendo uma introdução e isso é frustrante...Eu definitivamente gostaria de saber mais sobre Anna.
Não é uma grande obra literária e não creio que a autora  tinha essa pretensão. Mas mexe com gatilhos nervosos, com personagens amorais e sugestões que podem ser tomadas com genuína polêmica. Consigo entender perfeitamente a resistência de algumas pessoas à leitura do livro, depois de ler passagens como: 
“Os 120 Dias de Sodoma. O único livro que supera a Bíblia em perversão sexual e violência. E quase tão longo.” 
Eu tenho que admitir: a garota sabe provocar reações de todos os tipos em homens e mulheres. 
Aos que tem algum preconceito com essa leitura, eu só posso dizer ‘get over it’! Sério, supere o preconceito inicial, passe por cima da impressão de romance barato baseado na experiência de uma estrela pornô e dê uma chance ao livro. É claro que você vai encontrar muito sexo, de todo tipo, com todo tipo de coisa, em todo lugar bizarro, mas terá ótimas referência cinematográficas, uma outra visão sobre sexo e pasme, talvez vai descobrir que você tem um limite muito mais flexível do que você admite realmente ter.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito da maneira como a LeYa fez a divulgação deste livro, trazendo ela até para o Brasil. Enfim, quero muito ler este livro porque na entrevista que vi dela ela pareceu ser super simpática e talz, ademais, adorei o todo da narrativa bem interessante, o fato de ter uma sociedade secreta e afins. Gostei muito da forma descontraída de como tratou um assunto tão Tabu (que nao deveria ser).
Até mais o/
Otávio Braga || www.bookolicos.com

Anônimo disse...

Nem tinha visto que era para mandar o e-mail! otavio1997@live.com
:DDD

Unknown disse...

Apesar de não ser o meu tipo de livro preferido, me interessei bastante por ele; a forma jocosa como você retratou-o me fez querer lê-lo de tal maneira, que até me impressionei. Ah, e parabéns pela resenha!

amandambraga@live.com

Amanda Braga || www.bookolicos.com

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