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Título no Brasil: O Dossiê Pelicano (1996)
Título Original: The Pelican Brief (1992)
Tradutor: Aulyde Soares Rodrigues
Autor: John Grisham
Edição: 2ª
Número de Páginas: 392
Editora: Editora Rocco
ISBN: 8532503888
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SINOPSE: Abraham Rosenberg, juiz da Suprema Corte, 91 anos, é uma lenda viva do Supremo e, provavelmente, o homem mais odiado da América. Ele está em sua casa, dormindo, quando recebe três tiros com silenciador na cabeça. Quatro horas depois, o mesmo assassino dirige-se para um clube gay. Lá, assistindo a um filme pornô, está o mais jovem juiz da Suprema Corte, Glenn Jansen. O matador internacional, homem de muitas faces, idiomas e que nunca deixa pistas, liquida Jansen sumariamente, estrangulando-o. O país espanta-se.
Em vinte e um anos mataram quatro presidentes, dois ou três candidatos, uma porção de líderes dos direitos civis, alguns governadores, mas nunca um juiz da Suprema Corte. E, numa única noite, num espaço de duas horas, dois deles são mortos. O presidente quer saber se há alguma agência, operação ou grupo ligado ao caso. A CIA e o FBI não têm ou não querem dar as respostas.
Darby Shaw, uma brilhante e bela estudante de Direito de Tulane acredita poder encontrá-las. Aluna e amante de Callaham, professor de Direito Constitucional e defensor entusiasmado das idéias do juiz Rosenberg, Darby inicia uma investigação por conta própria sobre os assassinatos nos computadores da biblioteca da faculdade. Descobre, então, uma conexão entre os dois juízes mortos e um suspeito, em cuja probabilidade de culpa ela mesma não acredita muito. Guarda sua pesquisa numa pasta que ganha o nome de dossiê Pelicano. Mas o dossiê termina percorrendo um caminho inesperado e é lido por pessoas que dão muita importância às conclusões de Darby. A partir daí, tem início uma sofisticada perseguição, cujo objetivo é eliminar Darby. Uma bomba erra o alvo e mata Callaham no lugar da moça. O jogo mortal está declarado.
MINHA OPINIÃO SOBRE O LIVRO: Grisham usa os artifícios conspiratórios de grandes corporações e interesses privados com o aval velado do governo, já visto em seu livro anterior A FIRMA, para criar uma história que poderia até ser considerada impossível à primeira vista. Porém ele vai além disso. Ele nos dá dois assassinatos nitidamente relacionados, mas completamente limpos: primeiro um juiz hiper-super-ultra liberal, já velho e doente o suficiente para não durar muito tempo no cargo; segundo um jovem promissor na carreira da corte, no estilo moderado e mantendo em segredo o fato de ser homossexual.
O assassino é eficaz, frio e em alguns momentos muito clichê (mas foi criado para ser assim). Passa desapercebido na maior parte das vezes, executa seu trabalho e cai fora, sem nem sequer ter contato com quem seu empregador. Dinheiro transferido para contas em paraísos fiscais, bilhetes passados por baixo de portas e telefonemas sem citar nomes. Uma foto com o alvo e o dinheiro em mãos é tudo que Khamel precisa para o trabalho.
No centro de tudo, Darby Shaw: uma estudante de Direito cheia de ideologias e apaixonada tanto pelo Direito Constitucional (e toda as garantias defendidas pelo povo americano), como pelo professor da matéria, com quem mantém um caso. Não há dúvidas de que ela é a heroína que você espera encontrar num meio de uma grande farsa: aquela pessoa que terá todo seu idealismo na justiça destruído conforme vê seu Dossiê ser confirmado a cada vez que alguém morre depois de lê-lo.
Em 48 horas depois do ‘Dossiê Pelicano’ chegar inocentemente nas mãos de uma agente do FBI, amigo de Thomas Callaham (amante e professor de Constitucional de Darby), o carro onde Darby deveria estar junto com Thomas, explode e como não é tola, no meio de pessoas se apresentando como oficiais da polícia e fazendo mil perguntas à ela, seu rastro some e sua fuga incessante começa. Quem poderia contratar Khamel? Que interesse se movem ao ter 2 cadeiras vazias na Suprema Corte? Darby parece ser a única pessoa não envolvida (e que ainda está viva) que sabe exatamente a resposta, por mais absurda que possa parecer.
Quem viu o filme e não leu o livro, perdeu no mínimo 75% da emoção que ocorre na história, embora o filme mostre algumas questões jurídicas interesantes (que inclusiva são discutidas no programa ‘Direito e Literatura’). Grisham foi brilhante e levou a ambição dos tribunais e corporações da indústria do petróleo até extremos assustadores. Até onde a morte de um juiz durante o mandato de um presidente com determinada legenda pode tornar um prejuízo astronômico em uma sentença favorável? E quem é capaz de se arriscar tanto sem temer consequências?
São muitas perguntas, recheadas de melindres e com respostas escondidas entre o ‘nada a declarar’ do Governo, e o ‘off the record’ de agentes que não querem morrer, mas acima de tudo não querem perder a vantagem numa oportunidade como essas.Apesar de não ser um livro tão surpreendente depois que se lê A FIRMA, o livro é muito interessante. Como sempre o autor mostra uma realidade americana, marginalizada pelo ‘American Way of Live’ que é sempre tão perfeito. Valeu a pena conferir.
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