quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RESENHA | A Firma (John Grisham)


Título no Brasil: A Firma
Título Original: The Firm
Autor: John Grisham
Tradutores: Aulyde Soares Rodrigues
Edição:
Editora: Rocco
Número de Páginas: 480

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SINOPSE: Mitchell McDeere, um dos melhores alunos de Direito, em Harvard, vai trabalhar na Bendini, Lambert e Locke, uma rica firma especializada em direito tributário. Logo de início, ele suspeita de que há algo de errado na firma, ainda mais quando dois sócios morrem em um estranho acidente nas Ilhas Cayman. As previsões do jovem advogado parecem se confirmar quando ele é abordado por Tarrance, um homem que diz ser agente do FBI. Segundo o agente, a firma Bendini, apesar de ter alguns clientes importantes, não é real e serve de fachada para negócios escusos. Ele revela também que o próprio Mitchell vem sendo espionado pela segurança da firma, que instalou microfones em sua casa e grampeou seu telefone.
Mitchell fica ainda mais assustado quando descobre quais são os verdadeiros negócios da Bendini, Lambert e Locke. Mas se vê num beco sem saída quando Tarrance o pressiona para que ele se torne informante do FBI. Se não concordar, será denunciado, mas se a firma descobrir o plano, Mitchell será morto. Parece não haver saída. Ou há? Isso o leitor só irá descobrir no final deste livro que combina o suspense de Ken Follett com a intriga judiciária e policial de Scott Turrow.
A fórmula deu certo: além de ter se transformado num filme de sucesso, A firma permaneceu, à época do lançamento, nos primeiros lugares nas listas de mais vendidos por todo os EUA, durante vários meses.


MINHA LEITURA DO LIVRO:
A Firma foi o segundo livro de John Grisham. Foi publicado em 1991 e na verdade foi o livro que abriu as portas para o autor. Ganhou uma versão cinematográfica, com o ator Tom Cruise como personagem principal e manteve-se durante 47 semanas na lista de best-sellers do The New York Times no ano de seu lançamento. 
A história gira em torno de Mitch McDeere e sua esposa. Graduado entre os 3 melhores de sua turma de Direito em Harvard, ele recebeu as melhores propostas que um recém-formado poderia desejar nos Estados Unidos. Os escritórios mais conceituados do país já haviam entrevistado McDeere e feito tentadoras ofertas, quando a pequena firma de 41 sócios, 'Bendini, Lambert & Locke' (com sede na cidade de Memphis, no sudoeste do Tennessee), o confronta com uma proposta simplesmente irresistível.
Era o sonho americano se realizando. Casado com Abby há algum tempo, aceitar aquela proposta era ter a garantia de uma carreira bem sucedida, estável e muito (ênfase no MUITO) lucrativa. Pagar os empréstimos escolares, ter dinheiro para comprar uma casa, ter um carro que não funcionasse apenas na base do tranco. Construir sua família e mostrar à família de Abby o quão longe ele poderia chegar. Sim, era um sonho se tornando verdade.
Assim que ele se junta à firma, a pressão para passar no Bar Exam (o Exame da Ordem dos Advogados nos Estados Unidos) fica clara na declaração de que nunca um associado havia sido reprovado nesse exame e nas várias apostilas que se empilhavam na nova mesa com a matéria compilada pelos colegas de trabalho. Ele sempre era lembrado que a ‘Bendini, Lambert & Locke’ era uma família que cuidava dos seus e faria tudo para que ele e Abby tivessem um futuro próspero, com filhos felizes e clientes muito lucrativos.
Mas na primeira semana de trabalho, Mitch recebe a notícia de que 2 sócios morrem num passeio de barco que seria classificado como um acidente trágico. Logo após isso, agentes do FBI começam a sondar Mitch e levantar algumas questões no mínimo suspeitas a respeito dos negócios da firma e a morte dos sócios. Aliás, a morte parecia o único jeito de sair daquela firma depois que você se tornava um associado. Nos últimos 15 anos, nenhum funcionário havia sido demitido ou saído da firma e 5 sócios morreram em situações sempre consideradas trágicas.
Daí para frente a trama só fica mais complexa. Mitch sente o peso de decisões que precisam ser tomadas e a insegurança que todo aquele ‘ambiente familiar’ poderia lhe oferecer. Escutas em casa, pessoas seguindo seus passos, perguntas que nunca são respondidas de uma maneira clara. Abby também não se encaixa no padrão das mulheres casadas com os advogados daquela firma. Continuava a trabalhar dando aulas e não queria filhos por enquanto. O passado de Mitch começa a aparecer e sua família é investigada pela firma. Quem era Ray realmente? E porque estava preso?
Para uma firma que lida apenas com as enfadonhas declarações do imposto de renda, redução no pagamento de impostos nos negócios dos seus clientes e coisas desse gênero, aquele lugar parecia ter mais segredos do que eram capazes de guardar àquelas paredes. A verdade é que na 'Bendini, Lambert & Locke', guardar segredos era mais do que uma questão de ética profissional. Era a única maneira de se manter vivo.
Incrivelmente, esse não foi um dos melhores livros do autor na minha opinião. A narrativa em alguns momentos se prolonga em detalhes que tornam as cenas um pouco entediantes. Em contrapartida, o filme modificou vários aspectos que eram interessantes na história e tirou um bocado do brilhantismo do thriller. A tradução deixou um pouco a desejar em alguns momentos também (o que me chamou a atenção porque nunca tinha reparado esse tipo de coisa na Rocco). Ainda assim, eu gostei...em parte porque eu entendo o que é almejar algo grande na carreira, o que é ver a oportunidade da sua vida abrindo os braços e querendo te abraçar calorosamente. Os idealistas quando se formam pensam no Direito como algo sublime, não só algo rentável. Os anos de prática mudam muito esses pensamentos

“- O que mais vou adquirir? 
 Lamar sacudiu os cubos de gelo no copo e pensou por um momento. 
 - Uma certa dose de cinismo. Esta profissão mexe com você. Quando estava na faculdade você tinha algumas ideias nobres a respeito da advocacia. O advogado deve ser o campeão dos direitos do indivíduo, defensor das instituições, guardião dos oprimidos, advogado dos princípios do seu cliente. Depois de exercer a profissão por seis meses, compreende que não passamos de pistoleiros contratados. Porta-vozes à venda, para o lance mais alto, à disposição de qualquer um, qualquer ladrão, qualquer fora-da-lei com dinheiro suficiente para pagar nossos honorários absurdamente altos. Nada mais pode nos chocar então. Supostamente é uma profissão honrosa, mas vai encontrar tantos advogados bandalhas que terá vontade de largar tudo e procurar um trabalho honesto. É isso, Mitch, você fica cínico. E na verdade é uma coisa triste.” Pág. 65


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