Título no Brasil: Te Amo, Te Odeio, Sinto
Tua Falta (2011)
Título Original: Love
You Hate You Miss You (2009)
Tradutora: Débora Isidoro
Autor: Elizabeth Scott
Edição: 1ª
Número de Páginas: 180
Editora: Editora Underworld
ISBN: 9788564025127
SINOPSE: Já se passaram 75 dias. Amy está cansada do interesse súbito que
seus pais tomaram nela. E ela está realmente cansada das pessoas perguntando
por Julia. Julia se foi, e ela não quer falar sobre isso. Eles não entenderiam,
de qualquer maneira. Eles não entenderiam como é ter sua melhor amiga arrancada
de você. Eles não entenderiam como é saber que foi sua culpa. O terapeuta de
Amy acha que ajudaria se ela escrevesse um diário. Ao invés disso, Amy começa a
escrever cartas para Julia. Mas à medida que escreve as cartas, ela começa a
perceber que o passado não foi tão perfeito como ela pensava - e que o presente
merece uma chance também.
MINHA LEITURA DO LIVRO:
Comprei esse livro na Bienal do livro sem conhecer qualquer outro
trabalho da autora. Antes havia lido alguns parágrafos do e-book, para saber se
o estilo iria me interessar. Pareceu àquela época interessante, porém eu não
esperava que iria ler em 4 horas, divididas num intervalo de um pequeno
cochilo. A arte do livro está linda! Gostei da tradução e a revisão do livro
foi bem feita, tendo pouquíssimos erros a serem reparados. Achei a letra um
pouco pequena, o que incomoda para quem faz leituras noturnas como eu.
A história é contada a partir de um diário ou um caderno (que é o que
parecia aos outros), escrito por Amy que tem 16 anos e está para ter alta da
Clínica Pinewood. Você precisa entender que Amy não é louca, nem é uma
viciada...mas ela perde o controle de sua própria vida quando sua melhor amiga
morre num acidente de carro depois delas saírem de uma festa. Amy se sente tão
culpada pela morte de Julia, que não consegue seguir adiante.
Como uma forma de terapia, começa escrever cartas para Julia...São
conversas que ela teria com a amiga, contando tudo o que tem acontecido. Exceto
que Julia está morta e aquelas cartas nunca passarão de um monólogo. A alta da
clínica, a volta para casa com os pais (que nunca pareceram perceber sua
presença até o dia do acidente), a volta ao colégio, a necessidade de conviver
com outras pessoas...tudo é descrito em detalhes por ela. Tudo tem como ponto
de referência o dia do acidente. Tudo escrito falando quantos dias ela se
passaram sem Julia. Todo o processo de recuperação e readaptação de Amy é
acompanhado por Laurie, sua terapeuta – não por opção de Amy, como fica claro.
Eu fiquei presa na história e nas dúvidas de Amy, que não eram estúpidas
ou infantis: eram genuínas. Quando lemos aquelas palavras percebemos sua dor e
desespero. O desconforto causado pelo ‘repentino’ interesse dos pais é algo
muito intenso durante todo o livro, e foi colocado de forma muito real nos
relatos de Amy. Ela diz “Queria acreditar que mamãe e papai estavam esperando e
queriam mesmo me ver. Pensava que aquela parte minha, aquela que queria que eu,
minha mãe e meu pai fôssemos uma família, não o que realmente éramos, ou seja,
eles de um lado, eu do outro, havia desaparecido” e você entende o que isso
causa ela nela.
A escola também não foi fácil, com todos aqueles olhares curiosos,
conversas sussurradas depois que ela passava pelas pessoas e o mais difícil: o
antigo armário de Julia. Julia sua melhor amiga, aquela que sempre estava ali
para ela, que sempre estava disposta a se divertir, que sempre tinha uma
resposta inteligente e uma forma incrível de viver a vida...e que estava morta.
Em alguns momentos Amy pára de se dirigir a Julia e escreve apenas como
se quisesse colocar para fora o que estava pensando. Não que isso importasse,
mas ela precisava contar, nem que fosse para as folhas de papel o que ela
pensava, o que ela via e o que ela sabia que todos pensavam, mas ninguém tinha
coragem de falar na cara dela.
Com o passar das páginas, as sessões com Laurie se tornam mais intensas,
as respostas mais amarguradas e novos questionamentos aparecem. Quem Julia
realmente era para Amy? Por que Julia tinha agido de tal forma? Por que ela
amava um traste mentiroso que sempre traía ela? Por que ela morreu? Por quê? O
amor e o ódio criam uma tênue linha enquanto Amy escreve seu diário. Ela se
revolta e se ressente arrependida do que havia falado, não ter falado, de ter
feito ou deixado de fazer algo. Ela se perde e tenta se reencontrar tantas
vezes que você não consegue deixar de sentir aquele transbordar de sentimentos
que ela, suplicante, deixa transparecer.
É um livro lindo e triste. Não que seja do início ao fim algo que vai
lhe deprimir. Não vai. Você sentará para ler, pensará em quem você chama de
melhor amigo/amiga e em tudo o que vocês já viveram juntos. E talvez você sinta
uma leve tontura se perguntando o quão amigo/amiga você foi daquela pessoa, e o
quanto vocês entenderam do que é realmente ter uma amizade. No fim de tudo,
quando você ler o último parágrafo, o que você vai descobrir pode te
surpreender. Ao menos para mim funcionou desse jeito...
“Lamento pelo que fiz, e você sabe disso, não sabe? Deve saber. Mas J, você...Você sabia, não é? Naquela noite, quando você não queria deixar Kevin na festa, sabia o que aquele garoto havia feito. Agora entendo o significado do que você disse no hospital, J. Por que não disse nada naquela noite? Por quê?”
“Eu nunca vou conseguir beber normalmente. Não quero isso para mim. Quando penso em bebida, é o alívio que estou buscando. Não preciso beber para enfrentar meu dia, para ignorar os problemas, ou porque sinto falta do álcool propriamente dito. Quero beber porque não quero ser quem eu sou. Meu problema, minha doença, sou eu mesma, e parei de beber porque Julia morreu e eu queria sentir exatamente quem eu sou. Queria lembrar o fiz.”
5 comentários:
Oh my God! Isso sim meche com a cabeça das pessoas, pocha que livro emocionante. Esses sentimentos levam qualquer personagem a depressão... O leitor concerteza vai adorar esse drama. Adorei a postagem.
@carlosvaldeir
Esse assunto é bem delicado, perder o melhor amigo (a) , acho interessante livros que são como "diarios" . adorei a resenha e me interessei bastante...já vou adicionar no skoob pra não esquecer esse titulo.
@rafa_ella19
anarafaella19@hotmail.com
Nossa, to louquissimaaaaaaa pra ler esse livro!! Parece realmente ótimo...Adorei a resenha.. Beijos
Oiii!!
Primeira visitinha e adorei seu blog!!
Eu sou apaixonada pela capa desse livro! É simplesmente linda! ^^ Mas ainda não tive a oportunidade de ler, infelizmente!
Ahhhh tomara que eu ganhei os marcadores! ^^
Beijos
Mandinha
/minhasconfissoesfemininas.blogspot.com/
Sou looouca para ler esse livro!! Já vi tanto comentário dele na timeline, mas nunca tinha lido uma resenha de fato. A história parece ser lindíssima E O QUE É ESSA CAPA???? QUE PERFEITA!!
@mcaroliinaq
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