Título no
Brasil: O
Último Jurado (2004)
Título Original: The Last Juror
(2004)
Autor: John Grisham
Tradutor: A.B.Pinheiro de Lemos
Edição: 1ª
Editora: Rocco
Número de
Páginas: 392
ISBN: 8532518117
SINOPSE: Em 1970, um dos jornais mais coloridos do
Misissipi, The Ford County Times, entrou em falência. Para surpresa e desânimo
de muitos, sua posse foi assumida por um cara de 23 anos especialista em
cabular aulas na faculdade, chamado Willie Traynor. O futuro do papel parecia
sombrio até que uma jovem mãe foi brutalmente estuprada e assassinada por um
membro da notória família Padgitt. Willie Traynor reportou todos os horrendos
detalhes e seu jornal começou a prosperar. O assassino, Danny Padgitt, havia sido
julgado antes numa corte judicial em Clanton, Misissipi. O julgamento teve um
final assustador e dramático quando o réu ameaçou vingança contra os jurados se
eles o condenassem. Não obstante, eles acharam-no culpado, e ele foi condenado
à vida em prisão. Mas em Misissipi em 1970, "vida" necessariamente
não significava "vida"...
MINHA LEITURA DO LIVRO:
Em O
ÚLTIMO JURADO, John Grisham volta a escrever sobre Condado de Ford, mas num
Mississipi dos anos 70. A história começa quando Willie Traynor, de 23 anos, se
muda para Clanton e compra o The Ford County Times por 50 mil dólares
emprestados por sua avó.
O jornal
semanal com seus consagrados e bem escritos obituários ganha nas mãos de Willie
um novo foco. As notícias leves e sem muita emoção perdem espaço para as
emocionantes reportagens sobre delitos e crimes que ocorriam em toda a região e
o jornal sobe as vendas vertiginosamente quando a jovem viúva Rhonda Kesselaw é
violentada em seu quarto enquanto seus filhos assistem e então esfaqueada até a
morte.
Em
paralelo a toda essa tragédia, Willie faz amizade com a família Ruffin,
moradores de Lownton, o bairro conhecido por ser habitado pelos negros da
cidade e aonde a realidade da segregação racial no Mississipi era bem nítida.
Callie e Esau Ruffin criaram oito filhos, sendo que 7 tinham PhD (algo
extraordinário para a realidade histórica daquele momento). Os Ruffins se
tornam uma família para o Willie e acho particularmente que Callie é
simplesmente o tipo de pessoa que a gente se apaixona. É uma senhora negra
vivendo as dificuldades de ser negra naquela época, lutando por direitos civis,
mudanças sociais e ensinando aos filhos que se tornar alguém de caráter e
sucesso na vida não depende de qualquer aspecto racial (mesmo que muitos
pensassem que ser branco era pré-requisito para isso). Willie escreve sobre a
história deles, iniciando uma série de reportagens sobre as pessoas da cidade e
suas instigantes trajetórias.
Porém a
natureza hedionda da morte de Rhonda ainda choca a cidade, enquanto o The Ford
County Times acompanha e informa cada passo da investigação. Quando Danny
Padgitt é preso pelo assassinato, a cidade se divide entre o terror e a
indignação. A família Padgitt com seu histórico de todo tipo de crime desde a
sua origem, nunca fora acusada de nada. Fosse roubo, suborno, prostituição ou
assassinato, nunca no Condado de Ford um Padgitt fora levado ao tribunal e
agora Danny estava entre a prisão perpétua e a pena de morte. O julgamento é
tenso, cheio de artimanhas, mentiras e tem um ar de intimidação a cada olhar do
acusado. A condenação vem junto com a ameaça de vingança contra os jurados. A
paz do Condado de Ford não seria restabelecida tão cedo.
Os
desdobramentos da condenação de Danny Padgitt, o efeito que o tempo tem na
memória das pessoas, as grandes lojas de departamento que chegam para concorrer
com o pequeno comércio local...tudo isso acompanha a história de maneira
ordenada e coerente. O autor investiu mais nos laços criados com Callie Ruffin
do que no arsenal de ilegalidades no qual os Padgitts estavam submersos. Mas
por alguma razão depois que você começa a ler, existe uma necessidade de saber
mais e mais sobre o que ocorre com os jurados, com os comerciantes locais, com
a família Ruffin e até mesmo com os Padgitts.
As notas históricas sobre o comportamento das
pessoas em meio ao inferno da segregação racial também traçam um pano de fundo
muito interessante. O próprio questionamento sobre as eleições para todo o tipo
de cargo público e as leis no Mississipi trazem filamentos que integram a
história de maneira leve, ainda que haja uma crítica nada velada ao que um dia
foi uma realidade naquele estado.
1 comentários:
Como podemos podemos perceber a diversos livros e diversos histórias.... O Caso tratado no livro é muito chocante, concerteza vai aprisionar o leitor e supriender a cada palavra explicita no livro. Adorei o post.
@carlosvaldeir
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