terça-feira, 21 de junho de 2011

RESENHA | O Último Jurado (John Grisham)

Título no Brasil: O Último Jurado (2004)
Título Original: The Last Juror (2004)
Autor: John Grisham
Tradutor: A.B.Pinheiro de Lemos
Edição: 
Editora: Rocco
Número de Páginas: 392
ISBN: 8532518117





SINOPSE: Em 1970, um dos jornais mais coloridos do Misissipi, The Ford County Times, entrou em falência. Para surpresa e desânimo de muitos, sua posse foi assumida por um cara de 23 anos especialista em cabular aulas na faculdade, chamado Willie Traynor. O futuro do papel parecia sombrio até que uma jovem mãe foi brutalmente estuprada e assassinada por um membro da notória família Padgitt. Willie Traynor reportou todos os horrendos detalhes e seu jornal começou a prosperar. O assassino, Danny Padgitt, havia sido julgado antes numa corte judicial em Clanton, Misissipi. O julgamento teve um final assustador e dramático quando o réu ameaçou vingança contra os jurados se eles o condenassem. Não obstante, eles acharam-no culpado, e ele foi condenado à vida em prisão. Mas em Misissipi em 1970, "vida" necessariamente não significava "vida"...

MINHA LEITURA DO LIVRO:
Em O ÚLTIMO JURADO, John Grisham volta a escrever sobre Condado de Ford, mas num Mississipi dos anos 70. A história começa quando Willie Traynor, de 23 anos, se muda para Clanton e compra o The Ford County Times por 50 mil dólares emprestados por sua avó.
O jornal semanal com seus consagrados e bem escritos obituários ganha nas mãos de Willie um novo foco. As notícias leves e sem muita emoção perdem espaço para as emocionantes reportagens sobre delitos e crimes que ocorriam em toda a região e o jornal sobe as vendas vertiginosamente quando a jovem viúva Rhonda Kesselaw é violentada em seu quarto enquanto seus filhos assistem e então esfaqueada até a morte.
Em paralelo a toda essa tragédia, Willie faz amizade com a família Ruffin, moradores de Lownton, o bairro conhecido por ser habitado pelos negros da cidade e aonde a realidade da segregação racial no Mississipi era bem nítida. Callie e Esau Ruffin criaram oito filhos, sendo que 7 tinham PhD (algo extraordinário para a realidade histórica daquele momento). Os Ruffins se tornam uma família para o Willie e acho particularmente que Callie é simplesmente o tipo de pessoa que a gente se apaixona. É uma senhora negra vivendo as dificuldades de ser negra naquela época, lutando por direitos civis, mudanças sociais e ensinando aos filhos que se tornar alguém de caráter e sucesso na vida não depende de qualquer aspecto racial (mesmo que muitos pensassem que ser branco era pré-requisito para isso). Willie escreve sobre a história deles, iniciando uma série de reportagens sobre as pessoas da cidade e suas instigantes trajetórias.
Porém a natureza hedionda da morte de Rhonda ainda choca a cidade, enquanto o The Ford County Times acompanha e informa cada passo da investigação. Quando Danny Padgitt é preso pelo assassinato, a cidade se divide entre o terror e a indignação. A família Padgitt com seu histórico de todo tipo de crime desde a sua origem, nunca fora acusada de nada. Fosse roubo, suborno, prostituição ou assassinato, nunca no Condado de Ford um Padgitt fora levado ao tribunal e agora Danny estava entre a prisão perpétua e a pena de morte. O julgamento é tenso, cheio de artimanhas, mentiras e tem um ar de intimidação a cada olhar do acusado. A condenação vem junto com a ameaça de vingança contra os jurados. A paz do Condado de Ford não seria restabelecida tão cedo.
Os desdobramentos da condenação de Danny Padgitt, o efeito que o tempo tem na memória das pessoas, as grandes lojas de departamento que chegam para concorrer com o pequeno comércio local...tudo isso acompanha a história de maneira ordenada e coerente. O autor investiu mais nos laços criados com Callie Ruffin do que no arsenal de ilegalidades no qual os Padgitts estavam submersos. Mas por alguma razão depois que você começa a ler, existe uma necessidade de saber mais e mais sobre o que ocorre com os jurados, com os comerciantes locais, com a família Ruffin e até mesmo com os Padgitts.
As notas históricas sobre o comportamento das pessoas em meio ao inferno da segregação racial também traçam um pano de fundo muito interessante. O próprio questionamento sobre as eleições para todo o tipo de cargo público e as leis no Mississipi trazem filamentos que integram a história de maneira leve, ainda que haja uma crítica nada velada ao que um dia foi uma realidade naquele estado.

1 comentários:

carlos valdeir disse...

Como podemos podemos perceber a diversos livros e diversos histórias.... O Caso tratado no livro é muito chocante, concerteza vai aprisionar o leitor e supriender a cada palavra explicita no livro. Adorei o post.
@carlosvaldeir

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